Os eleitos têm obrigação de criar leis municipais, fiscalizar as ações do Executivo e representar os interesses da comunidade.
Vamos supor que você e sua família saiam em viagem demorada e distante. Neste período, você deixa um cidadão competente, de sua confiança, tomando conta da casa e de seus bens. Obviamente, você informou-se da qualidade do escolhido e, à distância, acompanha o desempenho dele para que tudo corra nos conformes.
Em 2025, nada menos que 5.570 novos prefeitos e 60.311vereadores assumirão seus cargos. Esses eleitos são seus representantes legítimos e, como tais, lhes devem prestação de contas. A realidade, entretanto, é que tais direitos raramente são cobrados.
Os eleitos têm obrigação de criar leis municipais, fiscalizar as ações do Executivo e representar os interesses da comunidade. Acompanhar o trabalho deles é essencial para garantir que cumpram suas promessas e atuem de forma transparente e eficiente, como faz todo bom representante.
A sua parte neste contexto, é manter-se alerta o tempo todo para conferir se o andamento das coisas está correto; simples assim. Anos atrás, há não muito tempo, existiram as 'sociedades amigos de bairro', um grupo de moradores que tentava acompanhar o trabalho do prefeito e exigir dos vereadores que cumprissem a sua missão. Não prosperou. Em certo momento, a grande maioria foi desmoralizada por tornar-se funcionária da mesma administração que deveria fiscalizar.
Hoje temos as redes sociais que também poderiam atuar como forças independentes e atentas às movimentações administrativas nos bairros. Não houve, entretanto, quem se levantasse nesse sentido com a necessária ênfase. Quem sabe seria o momento de nova tentativa. Que a sociedade criasse uma espécie de 'vereador do vereador'?!
Não seria um grupo remunerado inicialmente, claro, para filtrar cidadãos realmente interessados no bem-estar comum (os vereadores tipo de hoje não eram remunerados até 1975). Esta ideia não é nova, falta é coragem de aplicá-la. Exatos 60.311 vereadores bem pagos assumirão cargos por quatro anos a partir de janeiro de 2025, representando todos nós brasileiros. Quem sabe 'um empurrãozinho' de nossa parte não sensibilizará os mais corajosos?
É a nossa opinião.